Com autorização do Ibama, Porto de São Sebastião inicia dragagem do berço 101, removendo 57 mil m³ de sedimentos e monitorando fauna marinha.
O Porto de São Sebastião iniciou na terça‑feira (22 de julho de 2025) uma das mais relevantes obras para sua expansão: a dragagem de manutenção do berço 101 e da bacia de manobra. Autorizada pelo Ibama e conduzida pela Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), com apoio da Semil-SP, a obra visa remover aproximadamente 57.572 m³ de sedimentos, restaurando o calado mínimo operativo de 10 metros e reforçando a capacidade de atracação no terminal.
Com um investimento de R$ 6,3 milhões, a dragagem envolve o uso de duas embarcações especializadas — uma draga hopper e outra de sucção e recalque com sistema desagregador — num cronograma de aproximadamente cinco meses, dos quais cerca de 45 dias são dedicados à retirada dos sedimentos.
Sustentabilidade e monitoramento ambiental
A operação segue rigorosos critérios ambientais, de acordo com a Resolução CONAMA nº 454/2012. Os sedimentos serão depositados num Dique de Contenção interno, reutilizando material limpo.
O monitoramento é contínuo: um especialista utiliza drones para fotografar a fauna marinha, com foco em baleias e tartarugas — o trabalho será suspenso caso a presença desses animais seja detectada.
Adicionalmente, há análise da qualidade da água, sedimentos, manguezais e efluentes, conforme o Plano de Monitoramento Ambiental.
Importância estratégica
Com o canal de acesso chegando a 25 metros de profundidade, o Porto de São Sebastião é diferencial no país. No entanto, o assoreamento natural reduz o calado operacional para cerca de 8,7 metros, limitando a atracação de navios maiores. A dragagem regular — aproximadamente 26 mil m³ de sedimentos removidos por ano — é vital para manter o porto eficiente e competitivo.
Ernesto Sampaio, presidente da CDSS, destaca: “Com a dragagem, ampliamos a segurança e a previsibilidade das operações, mantendo o Porto em plenas condições de atender à demanda com eficiência e responsabilidade ambiental” .
Impacto econômico
Depois de atingir recorde de 1,5 milhão de toneladas movimentadas em 2024, o porto se beneficia diretamente da dragagem para continuar crescendo, especialmente na exportação de açúcar, malte, cevada, barrilha, coque de petróleo e silicato de vidro.
Fonte: Semil