Após 25 anos, o Porto de São Sebastião volta a receber trigo e mira na diversificação de cargas. A operação marca um novo momento para o terminal e reforça seu papel estratégico na logística do estado de São Paulo.

Depois de um bom tempo longe dos holofotes quando o assunto era grãos, o Porto de São Sebastião está de volta ao jogo! Nesta terça-feira (3), o terminal recebeu nada menos que 27 mil toneladas de trigo, algo que não acontecia por lá desde o longínquo ano de 2000.

A operação foi comemorada pela Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), que administra o porto, como um marco importante na diversificação das cargas movimentadas no terminal — até então mais voltado ao transporte de derivados de petróleo, cargas de projeto e veículos.

Por que o trigo voltou agora?

De acordo com o diretor-presidente do porto, Ernesto Sampaio, o retorno do trigo ao cais de São Sebastião acontece em um momento estratégico: os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), historicamente os mais usados para esse tipo de carga, estão chegando perto do limite de sua capacidade. E aí o que faz sentido? Abrir caminho para novas opções — e São Sebastião entrou com o pé na porta!

Além de ter área de armazenamento disponível, o porto também tem estrutura para crescer. A ideia, segundo a CDSS, não é só “ficar de reserva”, mas sim assumir protagonismo como novo ponto logístico para diferentes produtos, incluindo fertilizantes, barrilha (carbonato de sódio) e, agora, grãos.

E o futuro?

O porto vem passando por um processo de reposicionamento estratégico. De uns anos pra cá, os gestores têm buscado atrair novas cargas e tornar o terminal mais versátil. A operação com trigo é vista como pontapé inicial para consolidar novas vocações logísticas, e também como uma sinalização de que o porto está pronto para absorver demandas de mercados que estão se expandindo ou enfrentando gargalos em outros terminais.

Além disso, São Sebastião se destaca por ser um porto abrigado, com operação 24 horas, segurança reforçada e vias de acesso que, apesar de desafiadoras em períodos de alta temporada, estão no radar de melhorias, especialmente após os eventos climáticos extremos em 2023.

Um pouco de história: o que o Porto já movimentou?

Apesar de sua imagem estar muito atrelada ao petróleo e à travessia para Ilhabela, o Porto de São Sebastião já teve momentos de protagonismo na movimentação de grãos. Até os anos 1990, ele operava com diversos tipos de carga, incluindo trigo e milho. A última operação com trigo tinha sido realizada em 2000, ou seja, há 25 anos!

Nos últimos tempos, a reativação de antigos terminais e investimentos em melhorias na infraestrutura portuária reacenderam o interesse em tornar São Sebastião mais competitivo.